Lá no alto das nuvens

Era para ser o post do Dia das Crianças, mas o feriado (e o mês) foi curto para tudo o que eu tinha (e queria) fazer. Mas como alguns os outros livros destinados ao público infanto-juvenil que já postei este pode ser lido a qualquer hora por qualquer pessoa, crianças dos oito aos oitenta.

Trata-se de Lá no alto das nuvens, de Paul McCartney, Geoff Dunbar e Philip Ardagh. No Brasil a tradução de Ruth Rocha e foi publicado pela editora Planeta.

Amei saber que o ex-beatle tinha livros para as crianças (Lá no alto das nuvens não é o único). Ele tem até filmes de animação. Dos três autores, pelo menos para mim, ele é o mais conhecido mas o currículo dos outros dois autores não é ruim . Mas antes de qualquer mal entendido gostaria de dizer que eu também não tenho esse mundarel todo de referências para afirmar isso como uma certeza pura e inquestionável.

Como quase tudo que é dirigido ao público pequeno e, normalmente também nas obras em que este público tem um presença marcante, a sensibilidade é o que me pega. Trata-se de temas fortes de maneira muitíssimo delicada. Tenho certeza que isso não é fácil (e eu já tentei). Especificamente este livro trata de animais, são eles os personagens (coisas do mundo infantil em que animais e objetos ganham vida). Eles lutam para conter a malvada Gadolfa que destrói florestas para expandir seus negócios e aprisiona animais para que trabalhem em suas indústrias. Mas há um refúgio: Animália. Uma ilha em que nem armas existem porque a paz e a alegria reinam o tempo todo.

O protagonista da história é Serelepe, um esquilinho que adora ouvir as histórias que sua mãe, Calda de Açúcar, conta sobre a ilha. Tudo vai bem até que muitos tratores invadem a floresta em que Serelepe, sua mãe e seus amigos estão. A vida desmorona neste momento. Calda de Açúcar não resiste e Serelepe fica desolado e ao invés de subir no balão do sapo Ranufo e procurar Animália, o esquilinho vai para a cidade.

Taí, um tema que eu acho que deve ser para lá de difícil de tratar com as crianças. Venho percebendo, no entanto, que ele vira e mexe aparece e que é tratado de maneira incrível. As lágrimas e a emoção próprias da sociedade ocidental (já que não são todas as sociedades do mundo que percebem a morte como algo ruim) estão presentes. A tristeza está lá e o peso também, mas também tem o alento, a força que vem de não sei onde (ou sei, de outras pessoas).

Para terminar. Como é de se esperar tem bastante ilustração em número suficiente. Em algumas páginas elas nem aparecem, mas são lindas.

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